morava numa casa repleta de estrela e enfeitada de sol.
Luz não havia na casa do amor, afinal, a luz era o próprio amor.
E uma vez o amor queria uma casa mais linda para si.
Então fez a terra, e na terra fez a carne, e na carne soprou a vida e na vida imprimiu a imagem de sua semelhança.
E chamou a vida de homem.
E, dentro do peito do homem, o amor construiu sua casa, pequenina, mas palpitante, inquieta e insatisfeita como o próprio amor.
E o amor foi morar no coração do homem.
E coube todinha lá dentro porque o coração do homem foi feito do infinito.
Uma vez.... o homem ficou com inveja do amor.
Queria para si a casa do amor, só para si.
Queria a felicidade do amor, como se o amor pudesse viver só.
Então o amor foi-se embora do coração do homem.
O homem começou a encher seu coração, encheu-o com todas as riquezas da Terra e ainda ficou vazio.
(Ele sempre tinha fome).
E continuava com o coração vazio.
E uma vez...
resolveu repartir seu coração com as criaturas da Terra.
O amor soube... vestiu-se de carne e veio também receber o coração do homem.
Mas o homem reconheceu o amor e o pregou numa cruz.
E continuou a derramar suor para ganhar a comida.
O amor teve uma idéia: Vestiu-se de comida, se disfarçou de pão e ficou quietinho...
Quando o homem ingeriu a comida o amor voltou à sua casa, no coração do homem.
E o coração do homem se encheu de plenitude.